Projeto Pedagógico do Curso

O IF Farroupilha, em seus cursos, prioriza a formação de profissionais que: Tenham competência técnica e tecnológica em sua área de atuação; Sejam capazes de se nserir no mundo do trabalho de modo compromissado com o desenvolvimento regional sustentável; Tenham formação humanística e cultura geral integrada à formação técnica, tecnológica e científica; Atuem com base em princípios éticos e de maneira sustentável; S Saibam interagir e aprimorar continuamente seus aprendizados a partir da convivência demo - crática com culturas, modos de ser e pontos de vista divergentes; Sejam cidadãos críticos, propositivos e dinâ - micos na busca de novos conhecimentos; Demonstrem compromisso, respeito e tolerância acerca das questões éticas, étnicas, religiosas, culturais e de gênero; Tenham capacidade de orientar, elaborar e executar projetos econômicos, sociais, culturais e ambientais locais sustentáveis; Reconheçam o papel social da escola. Compreendamcriticamenteoprocessohistóri - codeproduçãodoconhecimento científico e suas relações com o modo de produção da vida social; A partir desse perfil, no Curso de Licenciatura em Educação do Campo os professores formados, com as respectivas habilitações, são profissionais com: Capacidade teórico-metodológica na cons - trução de estratégias pedagógicas pertinentes à realidade da Educação do Campo; Compreensão da importância dos fundamen - tos históricos-filosóficos- científicos que influen - ciam o pensamento pedagógico, na construção da Educação do Campo; Atuação flexível e percepção sobre os pro - cessos formadores dos sujeitos do campo numa perspectiva de inclusão em um projeto social global; Conhecimento do papel do trabalho inter - disciplinar e transdisciplinar na produção do conhecimento pedagógico, bem como o compro - metimento para comeste trabalho, respeitando a realidade da Educação do Campo; Participação no debate sobre as questões atuais a respeito da Educação e em especial da Educação do Campo; Compreensão do seu papel político como educador do campo, com efetiva participação na comunidade do campo. Habilidade em direcionar as atividades cur - riculares e pedagógicas para a construção de um projeto de desenvolvimento sustentável. Domínio dos conhecimentos técnico-cientí - ficos da sua área de atuação. 

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O curso Licenciatura em Educação do Campo assume a pedagogia da alternância como forma de organização curricular e concepção de ensino e aprendizagem, visando atender o público a que se destina. A educação do campo, [...] têm na pedagogia da alternância o princípio fundamental e norteador de seus projetos educativos. Tal princípio implica em um processo de formação do jovem agricultor que combina e articula perío - dos de vivência no meio escolar e no meio familiar. Alterna-se, assim, a formação agrícola na propriedade com a formação teórica geral na escola que, além das dis - ciplinas básicas, engloba uma preparação para a vida associativa e comunitária. A ênfase na formação integral do jovem, na participação das famílias na condução do projeto educativo e na gestão da escola, assim como a perspectiva de desenvolvi - mento local são os outros princípios que, articulados à alternância, sustentam o pro - jeto pedagógico [...] (QUEIROZ & SILVA, 2008, p. 3). Assim, a proposta curricular é organizada a partir de um tempo-escola e um tempo-comunidade, com a garantia de que 60% das horas de cada disciplina sejam realizadas no tempo-escola e 40% de horas sejam cumpridas no tempo comunidade. Entende-se “que a escola e a comunidade são tempo/espaços para construção e avaliação de saberes”. (MOLINA; SÁ, 2011, p.221). Ou seja, a proposta do curso objetiva articular teoria e prática, proporcionando aos acadê - micos compreender os problemas e tensionamentos de sua realidade e construir conhecimentos para que seja possível intervir neste campo em que atuarão. Nos estudos de Gimonet (2007), a Pedagogia da Alternância ingressa num espaço e tempo em que se diversificam as instituições, bem como os atores implicados. Nessa compreensão, o estudante é um ator num determinado contexto de vida e num terri - tório. Os professores assumem o papel de formadores, enquanto que os monitores buscam conhecer a situ - ação familiar e/ou profissional dos estudantes, para perceber seu quadro de vida e de trabalho, bem como suas aptidões, criando um clima de segurança, que permita ao alternante assumir de forma autônoma seu processo de aprendizagem. Desse modo, garantir êxito para o processo de pedagogia da alternância, pressupõe estabelecer uma qualidade relacional que precisa haver entre todos os envolvidos em função das necessidades percebidas (questionamento, orien - tação, sugestões, enfrentamentos...). Nessa direção, o papel do professor é selecionar referenciais teóricos que atendam aos grandes eixos de seu campo de conhecimento; construir instru - mentos que irão subsidiar o processo de ensino e aprendizagem; orientar o plano de estudo ou guia de pesquisa que será entregue aos alternantes antes de sua saída da instituição, garantindo que as ati - vidades no tempo comunidade, sejam produtivas. Para tanto, a incumbência central do professor é zelar pela aprendizagem do estudante no tempo escola e no tempo comunidade. O estudante é um adulto, protagonista e respon - sável pelo seu aprendizado e seu desenvolvimento. O acadêmico precisa ser participante nas diferentes ati - vidades propostas, assumindo com responsabilidade sua formação como futuro profissional do ensino. Evidencia-se que a responsabilidade da formação precisa ser compartilhada entre os professores, os monitores e estudantes em formação. Para tanto, os envolvidos necessitam ter oportunidade de intervir no curso, com ideias e sugestões, para que as ações planejadas promovam aprendizagens que façam sentido para professores e estudantes. A Pedagogia da Alternância aponta para uma relação trabalho-educação, tendo por base a coope - ração e a autogestão. Nesse sentido, o curso assume a formação integral e vê o trabalhador como possuidor de saberes e com a possibilidade de construir conhe - cimentos tanto no espaço escola, quanto no espaço comunidade. Por isso, cada semestre do curso se dividirá em tempo de escola e tempo comunidade, ambos com uma interligação e com uma relação com a pesquisa e a extensão. O curso terá um total de 3232 horas, distribu - ídas em 8 semestres letivos, totalizando 4 anos de duração. Cada semestre terá um total específico de horas, compreendendo as horas de tempo escola (60% da carga horária de cada disciplina) e horas de tempo comunidade (40% da carga horária de cada disciplina), conforme a Matriz Curricular de cada habilitação. TEMPO ESCOLA: Nesse espaço, o estudante participará de atividades formais de ensino no Campus Jaguari. As atividades envolvem aulas inte - gradas, seminários, relatos de práticas pedagógicas integradas, de estágios, sistematização dos portfólios, planejamentos de estudos bibliográficos e avaliações. É um momento de problematização, de busca de respostas teóricas e práticas para o campo da edu - cação, e definição do plano de estudo para o tempo comunidade. O tempo escola será realizado por períodos alternados aos finais de semanas (sextas - -feiras e sábados) garantindo 60% da carga horária, no tempo escola, de acordo com a matriz curricular. TEMPO COMUNIDADE: Compreende o tempo que os estudantes desenvolverão seus planos de estudo na comunidade onde vivem, sejam escolas do campo onde atuam ou instituições conveniadas. As ações compreenderão atividades práticas de pes - quisa, estudos, desenvolvimento de projetos de prá - tica pedagógica integrada ou estágio supervisionado. Esse tempo terá como subsídio, material didático elaborado pelo professor, especialmente, roteiro de coleta de dados para fazer a leitura de sua realidade, formular questões e articular com bases teóricas. Outro importante material didático que irá pautar o trabalho do estudante nesse tempo são os livros que terá acesso na biblioteca do Instituto Federal e que poderá levar para o tempo comunidade como apoio no processo de aprendizagem. Cada semestre terá um projeto integrador cons - truído no diálogo entre estudantes, professores e ges - tores e envolverá todas as disciplinas do semestre. O projeto será base para o desenvolvimento da prática pedagógica Integrada. Cada projeto será sistemati - zado coletivamente e cada estudante fará o registro de seus objetivos e conclusões no seu portfólio. Cada final de semestre haverá um Seminário Integrador que será a culminância do semestre, a partir do relato dos projetos integradores, das práticas pedagógicas integradas e da parte do tempo comunidade das disciplinas. As atividades e os instrumentos da alternância são à base de sustentação desta proposta pedagógica, pois sem eles corre-se o risco de ficar na intenção ou se traduzir numa fórmula vazia. A implementação de material didático e instrumentos são elementos téc - nicos fundamentais que irão subsidiar o saber-fazer pedagógico, para que nesse processo educativo e for - mativo relevantes aprendizagens sejam construídas. Serão instrumentos e estratégias pedagógicas de orientação e acompanhamento do tempo escola e tempo comunidade: Plano de Formação: ocorrerá necessariamente anterior ao início do semestre, em que a coordenação do curso juntamente com os professores definem a organização do tempo escola e tempo comunidade, integrando as atividades de abertura do período letivo. Esse plano apresenta a temática que será desenvolvida no projeto integrador do semestre, com prioridade para os eixos: formação de professores, educação do campo e habilitação específica. Todo esse planejamento será apresentado na primeira aula do período letivo e poderá ser modificado a partir das contribuições dos estudantes. Plano de Ensino: será construído pelo profes - sor responsável pela disciplina no semestre e deverá conter: objetivos, metodologia, tempo escola, tempo comunidade, atividades integradoras, bibliografia básica e complementar, avaliação, entre outros. Relato da vivência (Colocação em comum): relato das pesquisas e vivências do tempo comuni - dade, que deverá ser apresentado resumidamente pelo estudante, à turma e aos professores, quando do retorno do tempo comunidade. Servirá como ponto de partida para os estudos do tempo escola. Portfólio do estudante (Plano de estudo): é o registro de todas as etapas realizadas durante o semestre. Registra e reflete, de forma sistemática, as aprendizagens, concepções, motivações, opiniões, propósitos, dificuldades, as vivências realizadas no tempo escola e tempo comunidade e faz considerações de ordem crítica e teórica. O portfólio será orientado pelo professor, mas é responsabilidade do estudante elaborar e entregar semestralmente. Esse instrumento deverá apresentar: Aprendizagens construídas no semestre; Sistematização das ações realizadas no tempo escola; Sistematização das ações realizadas no tempo comunidade; Reflexão crítica do processo de desenvolvi - mento das atividades e suas limitações; Análise crítica: auto avaliação da participação no processo. Guia do tempo comunidade: contém material da organizado pelo professor, com assuntos abordados no tempo escola, os temas que necessitam ser estuda - dos e atividades a serem realizadas no tempo comu - nidade. Como o próprio nome diz, este instrumento será o guia do aluno no desenvolvimento do tempo comunidade. Os resultados destes estudos e ativida - des devem ser anexados ao Portfólio do estudante. Visitas de Estudos: serão planejadas de acordo com os objetivos propostos, relevância para a for - mação docente e sugestões advindas de professores e estudantes. Visitas do professor a Realidade do Estudante: acontecerão, conforme planejamento do curso. Seminário Integrador: é o espaço de sistema - tização do desenvolvimento do projeto integrador e do tempo comunidade de cada período letivo. Este espaço deverá ser proporcionado ao final de cada período letivo, com carga horária de 4 horas. O seminário integrador deve constituir-se num espaço interdisciplinar de formação e análise crítica das ati - vidades e vivências desenvolvidas no curso. Poderão ser convidados palestrantes externos para contribuir nesse momento. É importante referendar, que essa proposta de instrumentos pedagógicos está presente no parecer do Conselho Nacional de Educação, da Câmara de Educação Básica nº 1/2006, construídos a partir das experiências dos Centros Familiares de formação por alternância – Escolas Famílias Agrícolas (EFA), Casas Familiares rurais (CFR) e Escolas Comunitárias Rurais (ECOR)- que já adotam esses instrumentos.

A avaliação do curso será realizada de forma constante, nas reuniões de colegiado, reuniões com as turmas e com os gestores, sejam os coordenadores ou diretores da instituição. Esta dinâmica permitirá documentar os pontos positivos e negativos, as pos - sibilidades e os limites, os avanços e as dificuldades, subsidiando a tomada de posição e a redefinição de rotas a seguir. Para que esta dinâmica seja possível, os conceitos de avaliação incorporados neste PPC devem estar presentes de forma permanente, com vistas a possi - bilitar que sejam atingidos plenamente os objetivos do Curso. Os documentos originados destas avaliações compreendem as atas das reuniões dos diversos cole - giados e grupos existentes, bem como nos relatórios dos processos avaliativos institucionais, em especial os resultados do relatório da Comissão Própria de Avaliação da Instituição. Os processos avaliativos do Curso devem subsi - diar as decisões no que se refere ao Projeto Pedagó - gico de Curso e as suas necessárias alterações e ajustes para dar conta dos objetivos propostos e até mesmo para a retomada da discussão e redefinição destes, através do Núcleo Docente Estruturante. A consideração dos diversos processos ava - liativos deverá desencadear alterações sempre que necessário e respeitando-se os trâmites e exigências legais e institucionais, bem como informando, permanentemente, a comunidade acadêmica das transformações efetuadas.

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